Alho chinês pode prejudicar produção brasileira se taxa de importação for retirada
Apesar da qualidade da última safra de alho no Rio Grande do Sul, os produtores gaúchos estão preocupados com a competição com o produto importado da China.
Só no ano passado, o volume de importação foi superior a 100 mil toneladas, um crescimento de 67% em comparação a 2015.
O preço do alho chinês não é inferior ao produzido no estado devido a duas taxações cobradas na hora da importação, uma de cerca de US$ 8 por caixa do produto e outra de 35% sobre o valor do produto por estar na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec). Mas a cobrança do antidumping, feita há 12 anos, vence em 2018 e pode deixar de ser cobrada.
A taxação é uma prática comercial para evitar a concorrência desleal entre produtos nacionais e importados.
O custo de produção para os produtores de alho na Serra gaúcha é de R$ 80 a cada caixa de 10 kg. Com as duas taxas de importação vigentes, o alho chinês chega ao Brasil custando cerca de R$ 100 por caixa. Sem as taxas, o valor do alho chinês cairia para R$ 55, inviabilizando a produção nacional.
Para que esse imposto continue sendo cobrados dos chineses, produtores gaúchos estão elaborando um pedido para Câmara de Comércio Exterior do governo federal de renovação dessas cobranças.
Enquanto o que foi produzido na última safra chega ao mercado, a terra é preparada para o novo plantio que começa no mês que vem. Um plantio de incerteza na região responsável por quase 20% de toda produção nacional de alho.
Por Elisabete Berger.