A falta de contêineres para transporte de mercadorias tem causado prejuízos nas exportações
O aquecimento do comércio mundial ocasionou a retomada dos negócios entre os países, após alguns períodos de retração por conta da pandemia. No Brasil, a demanda no setor de exportação cresceu, o que acabou gerando uma urgência ainda maior na procura de contêineres.
O setor de rochas ornamentais, por exemplo, registrou um crescimento acelerado no comércio exterior. De janeiro a junho de 2021, exportou US$ 572 milhões. É o melhor primeiro semestre dos últimos cinco anos.
No sul do Espírito Santo, uma empresa de mármore e granito está perdendo vendas. Numa outra companhia, 60% do estoque está vendido. Deveria ter saído, mas continua lá. Já falta espaço para guardar a mercadoria. O representante do sindicato das empresas de rochas diz que no Brasil não tem fábrica para esse tipo de contêiner e, por isso, eles contam com os que vêm de fora.
“O contêiner tem que vir para o Brasil para poder exportar. Não tem estoque aqui parado só para mandar para fora. E isso tudo gera o caos que está acontecendo”, diz Tales Machado, presidente da Sindirochas.
O setor de café também enfrenta essa dificuldade. No Espírito Santo, a situação é mais grave porque os maiores navios não entram no Porto de Vitória. Quase metade da produção vai para outros portos do país. Com essa escassez de contêineres, por mês, 100 mil sacas estão deixando de ser embarcadas nos portos capixabas.
“Você teve uma distribuição de contêineres não ordenada. E isso realmente criou para os países exportadores de commodities como o Brasil, por exemplo, um problema muito sério”, explica Márcio Cândido Ferreira, presidente do Centro do Comércio de Café.
O Brasil apresenta uma vulnerabilidade particular por ser um país fora das principais rotas do comércio exterior, por estar, na verdade, no fim das linhas das cadeias logísticas. Então, nesse momento de grande competição global por contêineres, navios e equipamentos, os países ricos têm uma clara vantagem. Isso pressiona ainda mais a inflação, reduz a rentabilidade das empresas e penaliza o nosso comércio exterior.
Fonte: https://g1.globo.com
Autor: Jéferson Diniz